Blog
Ao longo de 2017 e 2018, em parceria com o Instituto MRV, colocamos a mão na massa catalisando projetos que mesclaram Artes e Tecnologia e diferentes conteúdos curriculares em escolas estaduais na região de Pirituba, na cidade de São Paulo. Temos muito a compartilhar sobre o que aprendemos nessa jornada!
A partir do desejo de compartilhar diferente possibilidades de ensinar e de aprender, pensando em catalisar outra formas de relacionamento entre educadores e educandos e de propiciar que estudantes se aproximem e se apropriem dos conhecimentos de diversas maneiras, desenhamos o Projeto Pontapé, como uma parceria entre o Instituto Catalisador e o Instituto MRV. Os locais de atuação deste projeto foram duas escola públicas em Pirituba, a Escola Estadual Carlos Lacerda e a Escola Estadual Silvio Xavier. Com o intuito de conhecer as instituições de ensino e entender melhor seus contextos, no primeiro semestre de 2017, foram desenvolvidas atividades mão na massa para o reconhecimento do território e das demandas das escolas. No segundo semestre do mesmo ano, a partir das necessidades relatadas, foram desenvolvidos quatro projetos em cada escola, existindo nestas iniciativas a colaboração entre estudantes, professores e catalisadores.
Com a nossa vivência nas escolas durante um ano, foi possível fazer diversas observações relevantes, que eram discutidas constantemente nas reuniões e no dia a dia. No final do ano de 2017, quando fizemos uma retrospectiva do ano e começamos a pensar como seria o ano de 2018, foi destacada a quantidade excessiva de aulas vagas em ambas as escolas. Com essa constatação, pensamos em usufruir esses espaços ociosos que existiam na Carlos Lacerda e na Silvio Xavier.
No ano de 2018 atuamos nas aulas vagas e tivemos contato com todas as turmas das duas escolas, através das Oficinas Catalisadoras de Aprendizagem Criativa organizadas em ciclos de atividades temáticas: Robiscos, Circuitos Elétricos, Escorregadores de Bolinhas, Identidades em Construção, Dentro do Dentro e Meu Bairro. Os ciclos possuíam cerca de quatro encontros cada um, buscando que os estudantes se envolvessem com as atividades, colocando a mão na massa, criando e inventando. A cada encontro e novos desafios eram incorporados.
No segundo semestre de 2018, consideramos importante continuar atuando nas aulas vagas, mas sentimos falta de desenvolver um trabalho que tivesse mais continuidade e mais regularidade. Com isso foram criados grupos fixos em ambas as escolas. Na Carlos Lacerda, o grupo se encontrava dentro do próprio horário de aula, uma vez por semana. Já na Silvio Xavier, os alunos interessados frequentavam as atividades do Catalisador no contra-turno, uma vez por semana também. Esse novo formato de oficina permitiu que as criações fossem feitas com mais tempo, respeitando o ritmo de cada participante. Percebemos um envolvimento mais genuíno, um ambiente mais tranquilo e muita colaboração entre os colegas.
Além da atuação com os alunos era importante pensar em como trabalhar em parceria com educadores e gestores das escolas. Com isso em mente, criamos o Café Catalisador, um espaço para conversar com os professores e coordenadores sobre desafios, dificuldades e dúvidas de cada um deles. A partir desta escuta, a proposta era que juntos pensássemos em soluções viáveis para a resolução dos problemas, recorrendo a Aprendizagem Criativa e as práticas mão na massa para encontrarmos saídas.
Os dois anos de projeto Pontapé foram bastante enriquecedores, regados de aprendizados, ensinamentos e trocas. Percebemos que os alunos foram de fato contagiados e os ciclos de atividades bem sucedidos. Porém, o contexto no qual mergulhamos é muito complexo e para ocorrer uma mudança sistêmica de fato é preciso um trabalho contínuo e a longo prazo, um engajamento de todos os membros da comunidade escolar e muitos esforços de articulação entre todas as instâncias para que possam acontecer transformações que se consolidem. Muitos desafios foram enfrentados, muitos obstáculos superados. Sabemos que essa experiência fez diferença na vida de pessoas muito especiais. Este ciclo de atuação chegou ao fim, mas o nosso propósito de construir uma educação de qualidade só foi potencializado por esse projeto tão significativo. E uma maneira de expandi-lo e potencializá-lo é compartilhando os aprendizados conquistados com muitos outros educadores, em outras escolas públicas, em outras regiões e cidades pelo país. É o que já temos feito apresentando trabalhos em encontros e conferências.
Sistematizamos as propostas que realizamos no formato de uma Biblioteca de Práticas Catalisadoras que já disponibilizamos em nosso site: https://www.catalisador.org.br/biblioteca-praticas
Para saber mais sobre o projeto Pontapé assista nossos vídeos no nosso canal do youtube: https://www.youtube.com/channel/UCsZY7S0G4MgW9fmiVZVjrWQ
Queremos contribuir para que novas experiências de Aprendizagem Criativa como possam acontecer em escolas diversas! Catalise também a sua prática! Conte conosco!